"Datações por radiocarbono confirmaram agora que a sepultura de cão mais antiga do Sul da Europa foi encontrada
em Portugal e que tinha 7600 anos. Foi descoberta em Junho do ano
passado, por uma equipa luso-espanhola, num amontoado de conchas que os
caçadores-recolectores deixaram nas margens do Sado, na zona de Alcácer
do Sal.
Agora não só as datações feitas com amostras das
costelas, na Universidade de Oxford, no Reino Unido, determinaram a
idade do esqueleto do cão, como as análises realizadas permitiram
concluir que a dieta do animal incluía 25% de proteínas de origem
marinha — o que provavelmente reflecte a alimentação dos seus donos,
refere um comunicado da Universidade de Lisboa.
Dirigida por Mariana Diniz, do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa, e Pablo Arias, da Universidade de Cantábria, a escavação resulta do projecto Sado-Meso, que se centra nos concheiros naquele estuário. Estes amontoados de conchas, deixados pelos últimos caçadores-recolectores, no Mesolítico, são restos da alimentação que retiravam do Sado.
Ora foi precisamente num desses concheiros, o de Poças de São Bento, que a equipa descobriu a sepultura do cão. Existe um cão mais antigo do que este: encontrado nos concheiros de Muge, no concelho de Salvaterra de Magos, e exposto no Museu Geológico em Lisboa, a datação por radiocarbono conclui que tinha 8000 anos. A diferença é que o cão do Sado foi descoberto claramente numa sepultura, que foi documentada numa escavação, enquanto para o cão de Muge, encontrado no século XIX, já não pode dizer-se o mesmo, pois não existe esse registo.
“A datação confirma que os caçadores-recolectores mesolíticos da Península Ibérica praticavam a inumação de cães em necrópoles, uma prática conhecida no Norte da Europa, mas que até agora não estava documentada, durante trabalhos de escavação, no Sul do continente”, refere o comunicado sobre o cão do Sado. “O caso de Poças de São Bento é também interessante porque está cronologicamente próximo da chegada da agricultura a esta zona da Península Ibérica.”
Levado num bloco parcialmente por escavar para o Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, o cão do Sado está agora dentro de uma caixa. Até ao final do ano, deverá ser organizada uma conferência científica e uma exposição sobre este companheiro dos humanos."
Dirigida por Mariana Diniz, do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa, e Pablo Arias, da Universidade de Cantábria, a escavação resulta do projecto Sado-Meso, que se centra nos concheiros naquele estuário. Estes amontoados de conchas, deixados pelos últimos caçadores-recolectores, no Mesolítico, são restos da alimentação que retiravam do Sado.
Ora foi precisamente num desses concheiros, o de Poças de São Bento, que a equipa descobriu a sepultura do cão. Existe um cão mais antigo do que este: encontrado nos concheiros de Muge, no concelho de Salvaterra de Magos, e exposto no Museu Geológico em Lisboa, a datação por radiocarbono conclui que tinha 8000 anos. A diferença é que o cão do Sado foi descoberto claramente numa sepultura, que foi documentada numa escavação, enquanto para o cão de Muge, encontrado no século XIX, já não pode dizer-se o mesmo, pois não existe esse registo.
“A datação confirma que os caçadores-recolectores mesolíticos da Península Ibérica praticavam a inumação de cães em necrópoles, uma prática conhecida no Norte da Europa, mas que até agora não estava documentada, durante trabalhos de escavação, no Sul do continente”, refere o comunicado sobre o cão do Sado. “O caso de Poças de São Bento é também interessante porque está cronologicamente próximo da chegada da agricultura a esta zona da Península Ibérica.”
Levado num bloco parcialmente por escavar para o Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, o cão do Sado está agora dentro de uma caixa. Até ao final do ano, deverá ser organizada uma conferência científica e uma exposição sobre este companheiro dos humanos."
Fonte: Publico online
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